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Segundo relatório encaminhado ao CFP

OFÍCIO ADP Nº 531/08

São Paulo, 04 de novembro de 2008.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
At.: Sr. Humberto Verona
Presidente

Ref.: RELATÓRIO DE ATIVIDADES REALIZADAS NO CONSELHO DE PSICOLOGIA – SÃO PAULO PARA O EVENTO PREPARATÓRIO – 2009: ANO DA PSICOTERAPIA

Prezado Senhor:

Vimos, por meio desta, apresentar as atividades desenvolvidas por este Conselho com caráter de discussão da Psicoterapia, como Eventos preparatórios para o Ano Temático da Psicoterapia – 2009.

Primeiramente, cumpre informar que foi constituído o Grupo de Trabalho de Psicoterapia, composto por Luiz Tadeu Pessuto (coordenador), Carla Biancha Angelucci, Carmem Silvia Rotondano Taverna, Maria Izabel do Nascimento Marques, Zuleika Fátima Vitoriano Olivan e Luís Fernando Saraiva. Este GT tem se reunido a fim de organizar as atividades do Ano Temático da Psicoterapia e sistematizar as produções e realizações deste Conselho na área.

Especificamente em relação às atividades preparatórias, foram realizadas atividades nas seguintes localidades: subsede São José do Rio Preto; subsede Baixada Santista e Vale do Ribeira e subsede Grande ABC.

Esclarecemos que a escolha por tais regiões foi estratégica. Como a sede não comportava mais atividades nos meses de outubro e novembro, dada a intensa dedicação às atividades do Ano Temático da Educação, optamos por realizar de maneira descentralizada as discussões. Assim, o conselheiro Luiz Tadeu Pessutto, coordenador do GT de Psicoterapia, organizou o evento em São José do Rio Preto, a gestora Zuleika coordenou os trabalhos na subsede da Baixada Santista e a conselheira Sueli organizou o debate na subsede Grande ABC.

Segue breve relato de cada atividade:

Subsede São José do Rio Preto
Local: Auditório UNORP – São José do Rio Preto
Data: 16 de setembro/2008
Público Presente: em sua maioria, estudantes da UNORP.

Em função de problemas técnicos, a Vídeo Conferência não ocorreu e os presentes optaram por realizar a discussão de maneira mais aprofundada a respeito do eixo II: Parâmetros técnicos e éticos mínimos para a formação na graduação e na formação especializada e para o exercício da psicoterapia pelos psicólogos.

Inúmeras situações de estágio são discutidas, assim como as dificuldades de dedicação exclusiva às atividades clínicas, depois da formação concluída.

Apontam ainda que deveria haver ênfase na continuidade da formação, após a graduação, a fim de garantir mais adequadamente os parâmetros técnicos e éticos da psicoterapia.

Subsede Baixada Santista e Vale do Ribeira
Local: subsede Baixada Santista e Vale do Ribeira
Data: 16 de outubro de 2008
Formato do evento: roda de conversa sobre História e constituição do campo da psicoterapia; formação em psicoterapia; diversidade na atuação profissional em psicoterapia.
Público Presente: psicólogos já formados

Eixos discutidos:
Eixo I - A constituição das psicoterapias como campo interdisciplinar.

a) Psicoterapia como uma disciplina científica ou como um conjunto de métodos e técnicas que definem uma prática.

Psicoterapia é tanto uma disciplina científica como um conjunto de métodos e técnicas que definem uma prática. Historicamente, antes do século 17 e do advento do método científico, a procura da verdade dependia de uma operação que o sujeito fazia sobre ele mesmo: as diversas seitas e religiões eram os paradigmas do acesso à verdade. O método científico propôs uma aproximação à verdade através de um método externo ao sujeito. A Psicoterapia é tributária destas duas tradições.

b) Interdisciplinaridade, transversalidade e multiprofissionalidade: o psicólogo neste contexto.

Propomos que cada termo seja discutido e definido a priori para que depois possamos refletir sobre o papel do psicólogo psicoterapeuta neste contexto.

c) Limitações das reivindicações da exclusividade por parte dos psicólogos.

Entendemos que a prática da Psicoterapia não é exclusividade dos psicólogos, inclusive pela própria história e desenvolvimento do campo. A identidade do psicólogo não se reflete somente pelo exercício da Psicoterapia.

d) Psicoterapia como prática diversa (clínica ampliada).

Para se alcançar a Psicoterapia como prática diversa é necessário se repensar os recursos e as técnicas de cada suporte teórico de acordo com o momento histórico e social.

Eixo II - Parâmetros técnicos e éticos mínimos para a formação na graduação e na formação especializada e para o exercício da psicoterapia pelos psicólogos.

a) Parâmetros: referências e/ou regulação.

Referências: é necessário que os parâmetros técnicos sejam muito bem explicitados e possam dar consistência ao exercício da Psicoterapia. Historicamente essas diretrizes prendem-se aos eixos biológico, social, filosófico e propriamente psicológico.

Regulação: a prática da Psicoterapia exercida pelo psicólogo já está contemplada no código de ética profissional.

Eixo III - Relações com os demais grupos profissionais.

a) Estratégias políticas de construção de parcerias e enfrentamento dos conflitos.

Chamar os demais grupos profissionais para o debate amplo sobre a prática psicoterápica.

b) Relação do Sistema Conselhos com a ABRAP e outras entidades.

Não trazer das entidades nenhuma idéia ou regra que se aplique como norma aos psicólogos sem uma apreciação ampla dentro do Sistema Conselhos. Esse diálogo, no entanto, é interessante para uma discussão com a diversidade da Psicoterapia.

Sugestões:

Estudar as condições históricas que fizeram com que a Psicoterapia tenha se tornado tão diversa e abrangente como é, para que os eixos contemplem também o estudo longitudinal, além do estudo latitudinal apresentado nos eixos propostos;

Abrir discussão sobre a importância dos grupos de estudos informais que auxiliam o psicólogo psicoterapeuta a estudar as bases teóricas que fundamentam o exercício profissional.

Subsede Grande ABC
Local: Subsede Grande ABC
Data: 30 de outubro de 2008
Formato do evento: roda de conversa sobre História e constituição do campo da psicoterapia; formação em psicoterapia; diversidade na atuação profissional em psicoterapia.
Público Presente: psicólogos já formados

Duas questões saltaram no debate que entendemos merecem se encaminhadas ao estudo nacional:

1) Buscar identificar por registros no Brasil ou de outros países, no sentido de entender como se deu a incorporação da prática da psicoterapia pelos psicólogos na medida em que a profissão foi se constituindo, se organizando socialmente, em que momento ou de que forma os psicólogos entenderam que essa prática deveria ser incluida no fazer dos psícólogos, o que existe documentado sobre isso.

2) Distinguir o trabalho do psicólogo enquanto psicoterapeuta de um outro profissional não psicólogo: que diferencial a profissão de psicólogo agrega à prática da psicoterapia? A atuação do psicólogo como centrada nas variáveis psicológicas e no enquadre, entendendo que todo profissional da saúde tem um certo estudo sobre a questão da subjetividade, entretanto a psicologia tem isso como o centro de sua atenção.

Além das duas questões acima, acrescentamos que os profissionais psicanalistas enfatizaram a necessidade de se distinguir psicoterapia de psicanálise.

Estas são as contribuições do Conselho Regional de São Paulo para a discussão.

Sem mais para o momento colocamo-nos ao inteiro dispor para os esclarecimentos que se apresentem necessários.

Atenciosamente,

LUIZ TADEU PESSUTTO E CARLA BIANCHA ANGELUCCI
Membros do GT de Psicoterapia – CRP-6ª Região