Contra o Genocídio da População Negra:
Subsídios Técnicos e Teóricos para Psicologia - Parte 1 - Manhã
 
 




Esta é a parte 1 (manhã) do evento. Para acessar a parte 2 - tarde, clique aqui.

Evento transmitido ao vivo via CRP WEB TV.

Data: 31/05/2014

Contra o Genocídio da População Negra: Subsídios Técnicos e Teóricos para Psicologia

Nos últimos anos houve um aumento significativo da violência contra a população negra no Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo IPEA e pelo dossiê realizado pelo Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica da cidade de São Paulo, os dados que relacionam mortes por assassinato à faixa etária e raça são alarmantes:
- Há uma projeção de que 32 mil adolescentes serão mortos violentamente entre 2007 e o final de 2013. A possibilidade de um adolescente negro ser vítima de violência é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos;
- Em 2011, o número de mortes por autos de resistência apenas no Rio e em São Paulo foi 42,16% maior do que todas as execuções promovidas por 20 países em que há pena de morte!
- Em São Paulo, só em 2012, 546 pessoas foram mortas em decorrência de confronto com a Polícia Militar;
- A cada três assassinatos no País, dois vitimam negros;
- A possibilidade de o negro ser vítima de homicídio no Brasil é maior inclusive em grupos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes.
- A chance de um adolescente negro ser assassinado é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.
- Assassinatos atingem negros numa proporção 135% maior do que os não-negros;

Diante dessa conjuntura, várias entidades, grupos e setores organizados em torno da luta antirracista vêm se organizando nos últimos anos para denunciar, discutir e propor estratégias de enfrentamento à essa situação.

Somando-se a esses esforços, o CRP SP convida para o debate Contra o genocídio da população negra: subsídios teóricos e técnicos para a psicologia, no intuito de refletir como os psicólogos que atuam nas mais diversas áreas e instituições que lidam direta ou indiretamente com esse problema podem ampliar seus referenciais de atuação no enfrentamento dessa questão. Participaram ativistas do movimento negro, psicólogos e estudiosos da temática.

Coordenação:
Jonathas Salathiel da Silva - Conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP 06. Psicólogo com especialização em teoria psicanalítica. Aprimoramento na Clínica com o Bebê. Aprimoramento pelo PAVAS/USP em Violência Sexual. Atendimento Clínico com bebês, gestantes e adultos em geral. Acompanhante Terapêutico. Psicólogo de um CAPS - AD. Mesa I: Análise sobre o genocídio da população negra e debate sobre a desmilitarização da polícia.

Mediação:
Marcio Farias - Possui graduação em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atualmente é mestrando em Psicologia Social na PUC SP. Pesquisador do NEGRI PUC SP (Núcleo de Estudos de Gênero, Raça e Idade) e Bolsista CNPq. Atua como Educador no Museu Afro Brasil. Tem experiência em estudos sobre pensamento social brasileiro e relações raciais; Marxismo, negritude e lutas de classes no Brasil; Juventude Cultura e Resistência; Psicologia, Educação, Arte e Cultura.

Debatedores:
Hamilton Borges dos Santos - Graduando em Direito, escritor e ator. É militante do movimento social negro, tendo iniciado sua militância nos anos 80 no Estado da Bahia. É responsável pela criação do Teatro Negro e Atitude, em Belo Horizonte/Minas Gerais, onde foi coordenador municipal do Movimento Negro Unificado organização nacional - e promoveu inúmeras ações permanentes de combate ao racismo e discussões sobre masculinidades. Articulador e coordenador da Campanha Reaja ou será morto, reaja ou será morta, contra o racismo, sexismo e todas as formas de discriminações correlatas e coordenador/articulador da Quilombo Xis - Ação Cultural Comunitária.

Alessandro de Oliveira dos Santos - Professor do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, atuando nas linhas de pesquisa: Processos Psicossociais Básicos - Relações Indivíduo-Grupo; e Psicologia Social, Saúde Coletiva e Política. Tem experiência nos temas: relações étnico-raciais e interculturais; desigualdades; direitos humanos; religiosidade; conflitos socioambientais; turismo e planejamento em saúde comunitária no Vale do Ribeira e Amazônia.

Dennis de Oliveira - Possui graduação em Comunicação Social. Habilitação em Jornalismo pela Universidade de São Paulo, mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa na Universidade de São Paulo. É coordenador do Centro de Estudos Latino Americanos de Cultura e Comunicação, vice-líder do Alterjor (Grupo de Pesquisa de Jornalismo Alternativo e Popular) e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro), todos da Universidade de São Paulo. É professor do Programa de Pós Graduação em Mudança Social e Participação Política da EACH/USP e do Programa de Pós Graduação em Direitos Humanos da Faculdade de Direito da USP.